
Lição 4 – 18 a 24 de abril de 2015
Verso para Memorizar
“E dizia a todos: Se alguém quer vir após Mim, negue-se a si mesmo e tome cada dia a sua cruz e siga-Me.” (Lc 9:23).
César Luís Pagani
“O discipulado consiste em olhar para o Senhor e Mestre da nossa existência, assumindo a vida nos momentos concretos [...] O mundo precisa de gente humana, que busque sua humanidade no Cristo e a revele no dia a dia, no mundo. Deus não quer e não precisa de pequenos deuses que se refugiam fora do mundo, porque Ele mesmo entrou no mundo em Cristo”. Pr. Harald Malschitzky.
Lutero, sempre agudo em suas colocações, escreveu sobre o discipulado: “O Reino tem que ser estabelecido em meio aos teus inimigos. Quem não quiser se sujeitar a isso, não quer ter parte no Reino de Cristo, mas quer viver cercado de amigos, viver em um mar de rosas, na companhia de gente piedosa, jamais de gente má. Ó blasfemadores e traidores de Cristo! Se Cristo tivesse agido como vocês, quem teria sido salvo?”
DOMINGO
Pescadores de homens
Simão Pedro e André, pescadores experimentados e conhecedores do Mar da Galileia, poderiam ter-se ofendido com o “palpite” de Jesus, que jamais fora um pescador. Afinal, quem é Esse que quer ensinar “a ave-maria para o padre”. Mas, a palavra de Jesus, como tem autoridade divina, é uma ordem-promessa a que não se pode resistir.
Embora extenuados pelo esforço físico feito nas vigílias da noite (é dito que, se eles pescassem à luz do dia os peixes veriam as redes e se desviariam delas, porque as águas do Mar da Galileia eram muito cristalinas), Pedro e Tiago concordaram em atender ao que o Mestre mandara e disseram confiantes: “Sob a Tua palavra lançarei as redes.” (Lc 5:4). O sucesso da pescaria nós o conhecemos. Não podemos nos esquecer de que Jesus era o Onisciente Deus vestido de carne. Seu conhecimento de todas as coisas não tinha limitações. A Divindade irradiou-Se através das palavras de Cristo: “Lancem as redes em águas mais profundas”.
Logo eles, juntamente com seus sócios João e Tiago iriam deixar a microempresa de pesca nas mãos de Zebedeu e tornarem-se pescadores de homens, isto é, apóstolos, evangelistas, testemunhas e discípulos de Jesus.
Jesus ordenou-lhes, antes de Sua ascensão, que fossem “pescar” no mundo: “Toda a autoridade me foi dada no céu e na terra. Ide, portanto, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo; ensinando-os a guardar todas as coisas que vos tenho ordenado. E eis que estou convosco todos os dias até à consumação do século.” (Mt 28:18-20). Assim como sob a palavra de Cristo lançaram as redes e a pesca deu um resultado nunca antes alcançado, agora pescariam “discípulos”, almas candidatas à vida eterna em Cristo Jesus.
“Mas Pedro não cuidava agora de barcos e carregamentos. Esse milagre, acima de todos quantos havia presenciado, foi-lhe uma manifestação de poder divino. Viu em Jesus Alguém que tinha toda a natureza sob Seu comando. A presença da divindade revelou-lhe a própria ausência de santidade. Amor por seu Mestre, vergonha de sua incredulidade, gratidão pela complacência de Cristo e, sobretudo, o sentimento de sua impureza em presença da pureza infinita, tudo o subjugou. Enquanto os companheiros punham em segurança o conteúdo da rede, Pedro caiu aos pés do Salvador, exclamando: ‘Senhor, ausenta-Te de mim, que sou um homem pecador’. (Lc 5:8).
Pedro exclamou: ‘Ausenta-Te de mim, que sou um homem pecador’; todavia, apegou-se aos pés de Jesus, sentindo que dEle não se podia separar. O Salvador respondeu: ‘Não temas; de agora em diante serás pescador de homens’ Lucas 5:10. Foi depois de Isaias haver contemplado a santidade de Deus e sua própria indignidade, que lhe foi confiada a mensagem divina. Foi depois de Pedro haver sido levado à renúncia de si mesmo e à dependência do poder divino, que recebeu o chamado para sua obra por Cristo.” O Desejado de Todas as Nações, pp. 198, 199.
SEGUNDA
A escolha dos doze
Os 12 discípulos não fizeram vestibular e nem se matricularam para ter um curso superior de educação com o Mestre dos mestres. Eles foram chamados no estado em que estavam, com suas variadas personalidades, tipos de criação, temperamentos e disposições.
Se Jesus fosse seguir as regras de RH, seleção e contratação de “funcionários” segundo os modernos conceitos, talvez nenhum deles fosse aprovado.
A estratégia de Cristo era simples em sua essência, embora poderosa difusora em seus resultados. Os discípulos teriam como missão ser testemunhas de Jesus. Passariam com Ele três anos e meio, em horário full-time ou integral, recebendo constantemente luz e ensinos celestes, a fim de fazerem publicidade pelo mundo acerca do Messias, representando-O não somente na doutrina e no ensino, mas no testemunho de vida. Fariam também, pelo poder de Jesus, sinais, prodígios e milagres. Eles se alinharam com Cristo como coobreiros da obra de redenção. “Como no Antigo Testamento os doze patriarcas ocupam o lugar de representantes de Israel, assim os doze apóstolos deviam servir de representantes da igreja evangélica.” O Desejado de Todas as Nações, p. 241.
“O Salvador conhecia o caráter dos homens que escolhera; todas as suas fraquezas e erros Lhe eram patentes; sabia os perigos por que deviam passar, a responsabilidade que devia pesar sobre eles; e o coração afligiu-se-Lhe por esses escolhidos. Sozinho sobre a montanha junto ao Mar da Galileia, passou a noite inteira em oração pelos discípulos, enquanto eles mesmos dormiam ao pé do monte. Aos primeiros clarões da aurora, chamou-os para junto de Si; pois tinha alguma coisa importante a lhes comunicar. Esses discípulos tinham estado por algum tempo unidos a Jesus em labor ativo. João e Tiago, André e Pedro, com Filipe e Natanael e Mateus, estiveram mais intimamente ligados a Ele do que os outros, e testemunharam mais de Seus milagres. Pedro, Tiago e Joao estavam ainda em convívio mais intimo com Ele. Achavam-se quase continuamente ao Seu lado, presenciando-Lhe os milagres
e ouvindo-Lhe as palavras. João achegava-se a Ele em intimidade maior ainda, de maneira que se distingue como aquele a quem Jesus amava. O Salvador os amava a todos, mas João era o espirito mais apto a receber-Lhe a influência. Era mais jovem que os outros, e com mais infantil confianca abria a Cristo o coração.” Idem, pp. 241, 242.
O discípulo que não foi chamado – “Enquanto Jesus estava preparando os discípulos para sua ordenação, um que não fora chamado se esforçou por ser contado entre eles. Foi Judas Iscariotes [...] “ Idem, p. 243. “Judas unira-se aos discípulos, quando as multidões seguiam a Cristo. Os ensinos do Salvador lhes tocavam o coração enquanto,
suspensos de Seus lábios, escutavam o que dizia na sinagoga, a margem do lago, sobre o monte. Judas via os doentes, os coxos, os cegos aglomerarem-se em torno de Jesus, vindos de aldeias e cidades. Via os moribundos que Lhe depunham aos pés. Testemunhava as
poderosas obras do Salvador, na cura dos enfermos, na expulsão de demônios, na ressurreição de mortos. Experimentava em si mesmo o testemunho do poder de Cristo. Reconhecia serem Seus ensinos superiores a tudo quanto ouvira anteriormente. Amava o grande Mestre, e anelava estar com Ele. Tivera desejo de ser transformado no caráter e na vida, e esperava experimentar isso mediante sua ligação com Jesus. O Salvador não repelira Judas. Dera-lhe lugar entre os doze. Confiou-lhe a obra de evangelista. Dotou-o de poder para curar os doentes e expulsar os demônios. Mas Judas não chegou ao ponto de render-se inteiramente a Cristo. Não renunciou as suas ambições terrenas, nem a Seu amor ao dinheiro. Ao passo que aceitava
a posição de ministro de Cristo, não se colocou no divino molde. Achava que podia reter seus próprios juízos e opiniões, e cultivou a disposição de criticar e acusar.” Idem, pp. 627, 628.
Um fato surpreendente – “Houvesse Judas morrido antes de sua última viagem a Jerusalém, e teria sido considerado digno de um lugar entre os doze, e cuja falta muito se faria sentir...” Idem, p. 627.
TERÇA
Comissionamento dos apóstolos
“Os apóstolos eram membros da família de Jesus, e haviam-nO acompanhado em Suas jornadas a pé através da Galileia. Tinham compartilhado de Suas labutas e fadigas. Haviam-Lhe escutado os discursos, andado e conversado com o Filho de Deus, e de Suas
instruções diárias tinham aprendido a trabalhar pela elevação da humanidade. Ao atender Jesus às vastas multidões que se Lhe aglomeravam em torno, os discípulos O assistiam, ansiosos de Lhe obedecer as ordens e aliviar-Lhe o trabalho. Ajudavam a pôr em ordem
o povo, a levar os enfermos ao Salvador, e a promover o conforto de todos. Observavam os ouvintes interessados, explicavam-lhes as Escrituras, e trabalhavam por varias maneiras para seu beneficio espiritual. Ensinavam o que tinham aprendido de Jesus, e obtinham dia a dia rica experiência. Necessitavam, porem, adquiri-la também no trabalho sozinhos. Careciam ainda de muita instrução, grande paciência e ternura. Agora, enquanto Se achava em pessoa com eles, para indicar-lhes os erros e aconselhá-los e corrigi-los, enviou-os o Salvador como Seus representantes.
“Enquanto tinham estado com Ele, muitas vezes ficaram os discípulos desconcertados pelos ensinos dos sacerdotes e fariseus, mas tinham levado suas perplexidades a Jesus. Este lhes expusera as verdades escriturísticas em contraste com a tradição. Assim lhes havia
fortalecido a confiança na palavra de Deus, libertando-os também em grande parte do temor dos rabis, e de sua escravidão à tradição.
“No preparo dos discípulos, o exemplo do Salvador fora muito mais eficaz que só por si qualquer doutrina. Ao serem separados dEle, todo olhar e palavra e entonação lhes acudia a memoria. Muitas vezes, quando em conflito com os inimigos do evangelho, repetiam-
Lhe as palavras e, ao verem o efeito produzido sobre o povo, muito se regozijavam.” O Desejado de Todas as Nações, p. 296.
Jesus reuniu os doze discípulos logo após ter ressuscitado a filha de Jairo, principal da sinagoga de Cafarnaum. Até então, os discípulos haviam passado por um curso de treinamento intensivo, acompanhando Jesus em todas as Suas andanças ministeriais. Agora chegara o momento de exercerem seu ministério em duplas (Mc 6:7). Estavam doutrinados e bem preparados para o trabalho, mas faltava-lhes algo além do curso de Cristologia. Era preciso poder (dunamis - poder para realizar milagres) e autoridade (exousia – poder de reger ou governar) sobre todos os demônios – para subvertê-los, expulsá-los e dominá-los. As curas de quaisquer moléstias estavam em seu poder agora, poder conferido pelo próprio Jesus. O Espírito do Senhor estaria com eles.
Deviam pregar o reino de Deus, isto é, a graça e o perdão divinos para todo e qualquer pecador que os aceitasse. Sua estratégia de missão deveria primeiro concentrar-se nas “ovelhas perdidas da casa de Israel, pois Jesus fora enviado pelo Pai para salvar Seu povo de seus pecados. Evidentemente, noutra etapa, no pós-ressurreição, eles deveriam espalhar-se pelo mundo até evangelizá-lo todo no final dos tempos.
Eles não deveriam preocupar-se com o seu sustento pessoal. Digno é o trabalhador de seu salário e Jesus lhes proveria tudo quanto necessitassem.
O Salvador deixou claro que aqueles que, depois de sentirem o poder da pregação dos discípulos, não se arrependessem, deviam ser deixados para trás e outras almas precisariam ser buscadas. Segundo os entendidos bíblicos, sacudir o pó das sandálias em cidade de inconversos era um ato simbólico que indicava relações interrompidas, cortadas, cessação da responsabilidade evangelística e uma ameaça de juízo.
“Deus toma os homens tais como são, com os elementos humanos de seu caráter, e os prepara para Seu serviço, caso queiram ser disciplinados e dEle aprender. Não são escolhidos por serem perfeitos, mas apesar de suas imperfeições, para que, pelo conhecimento
e observância da verdade, mediante a graça de Cristo, se possam transformar a Sua imagem.” O Desejado de Todas as Nações, p. 244.
Eficácia do trabalho – “Então, saindo, percorriam todas as aldeias, anunciando o evangelho e efetuando curas por toda parte.” (Lc 9:6).
QUARTA
Enviando os setenta
Cristo, como já vimos, começou solitário o Seu ministério e foi, depois, agregando homens a Si até formar um grupo de doze discípulos íntimos. Ele bem sabia que a obra do evangelho iria se expandir não só em Israel, mas em todo o mundo. Então fez uma convocação e escolheu setenta homens para apostolar ou difundir as boas-novas de salvação.
Nosso amorável Salvador sabia dos milhões de almas que estavam esperando por luz em Israel, nas nações circunvizinhas e nas mais distantes. “A seara é grande, mas os obreiros são poucos.” (Lc 10:2). Agora os obreiros somavam 82 missionários e deveriam preceder a visita de Cristo “nas cidades e lugares aonde Ele havia de ir” (v. 1)
“Durante Seu ministério, Jesus tinha conservado constantemente perante os discípulos o fato de que eles deviam ser um com Ele em Sua obra para recuperar o mundo da escravidão do pecado. Quando Ele enviou os doze, e depois os setenta, para proclamarem o reino de Deus, estava-lhes ensinando o dever de repartir com outros o que lhes dera a conhecer. Em toda a Sua obra Ele os estivera preparando para trabalho em favor das pessoas, o qual deveria ser expandido à medida que seu número aumentasse, até finalmente alcançar os confins da Terra. A última lição que deu a Seus seguidores foi que lhes tinham sido confiadas as boas-novas de salvação para o mundo.” Atos dos Apóstolos, p. 17.
“Os setenta não haviam, como os doze, estado constantemente com Jesus, porém haviam muitas vezes ouvido Suas instruções. Foram enviados sob Sua direção, para trabalharem como Ele mesmo estava trabalhando. Aonde quer que fossem, deveriam proclamar a mensagem: ‘É chegado o reino de Deus sobre vós.’Lucas 11:20. Todos os que aceitarem Sua mensagem e Seu Mensageiro poderão ser admitidos em Seu reino. Este é o dia de vossa visitação’. Deveriam apresentar a verdade de Deus de tal modo que as pessoas pudessem ser levadas a apoderar-se das bênçãos colocadas ao seu alcance.” Carta 119, 1905.
Em Sua exposição da missão dos setenta, o Senhor não ocultou os perigos que os espreitariam em seu ministério: “Vos mando como cordeiros no meio de lobos.” (Lc 10:3). Depois lhes disse o que poderia soar como contrassenso: “Não se equipem para as viagens. Não levem dinheiro, nem comida e nem calçados extras.” A missão era árdua e Jesus conhecia os resultados que, em termos numéricos ou estatísticos, não seriam animadores. Vejam o que escreveu Ellen White: “O convite para o banquete foi transmitido pelos discípulos de Cristo. Nosso Senhor enviou os doze, e depois os setenta, proclamando que era chegado o reino de Deus, e convidando os homens a arrependerem-se e crerem no evangelho. O convite não foiatendido, porém. Os convidados para irem à festa não compareceram. Mais tarde os servos foram enviados com a mensagem: ‘Eis que tenho o meu jantar preparado, os meus bois e cevados já mortos, e tudo já pronto; vinde às bodas.’ Mateus 22:4. Esta foi a mensagem levada à nação judaica depois da crucifixão de Cristo; mas a nação, que se arrogava de ser o povo peculiar de Deus, rejeitou o evangelho a eles levado no poder do Espírito Santo. Muitos fizeram isso da maneira mais insolente. Outros ficaram tão exasperados com o oferecimento da salvação, e perdão por terem rejeitado o Senhor da glória, que se voltaram contra os mensageiros. Houve ‘uma grande perseguição’. Atos 8:1. Muitos homens e mulheres foram lançados na prisão, e alguns dos portadores da mensagem do Senhor, como Estêvão e Tiago, foram mortos.” Parábolas de Jesus, p. 164.
Porém, é bom que se frise que essa missão animou muito os discípulos. Disseram eles: “E voltaram os setenta com alegria, dizendo: Senhor, pelo Teu nome, até os demônios se nos sujeitam.” (v. 17). Eles realizaram curas e exorcizaram demônios dos corpos possuídos. Jesus lhes garantiu que o inimigo nada poderia contra eles enquanto cumprissem o mando do Salvador (v. 19).
Para aumentar sua alegria, Jesus lhes garantiu que seus nomes estavam já escritos no Livro da Vida (v. 20).
QUINTA
O custo do discipulado
“Salvação é gratuita… mas o discipulado lhe custará sua vida.” Dietrich Bonhoeffer. Ele custa uma cruz: “E qualquer que não tomar a sua cruz e vier após Mim não pode ser Meu discípulo.” (Lc 14:27)
“O Salvador declarou a Seus discípulos que não esperassem que a inimizade do mundo para com o evangelho fosse vencida, esua oposição deixasse de existir depois de algum tempo. Disse: ‘Nãovim trazer paz, mas espada.’ Esse suscitar de conflitos não é efeito do evangelho, mas o resultado da oposição que lhe é movida. De todas as perseguições a mais dura de sofrer é a discórdia no lar, o afastamento dos mais queridos entes da Terra. Mas Jesus declara: ‘Quem ama o pai ou a mãe mais do que a Mim, não é digno de Mim; e quem ama o filho ou a filha mais do que a Mim, não é digno de Mim. E quem não toma a sua cruz, e não segue após Mim, não é digno de Mim.’” O Desejado de Todas as Nações, p. 249.
O custo da obediência – “A obediência — nosso serviço e aliança de amor — é o verdadeiro sinal de discipulado. Assim diz a Escritura: ‘Porque esta é a caridade [ou amor] de Deus: que guardemos os Seus mandamentos.”1 João 5:3. ‘Aquele que diz: Eu conheço-O e não guarda os Seus mandamentos é mentiroso, e nele não está a verdade.”1 João 2:4. É a fé, e ela só, que, em vez de dispensar-nos da obediência, nos tornaparticipantes da graça de Cristo, a qual nos habilita a prestar obediência.” Caminho a Cristo, p. 60.
Observemos em Lc 9:23-25, que Jesus não obriga ninguém a ser Seu discípulo e nem acena com perspectivas gloriosas de sucesso mundano ou lucros. A primeira coisa, e talvez a mais difícil de atender, é a negação de si mesmo. “Em virtude do fracasso quanto à negação de si mesmo, muitos dentre o povo de Deus se acham incapazes de atingir a elevada norma deespiritualidade que lhes é apresentada por Ele.” Mensagens aos Jovens, p. 218. Embora o contexto desse trecho refira-se à negação dos apetites, cremos que ele se presta muito bem à negação em outros aspectos que colidam com os propósitos de Cristo.
Outro aspecto é que a tomada da cruz é diária. Há dias em que a cruz é mais leve, noutros, mais pesada e, por vezes, quase insuportável. Mas, tenha-se presente este pensamento: “Por outro lado, toda resistência à tentação facilita a resistência. Toda negaçãodo próprio eu torna mais fácil a negação de si mesmo. Toda vitória obtida prepara o caminho para nova vitória. Cada resistência à tentação, cada negação do próprio eu, cada triunfo sobre o pecado é uma semente para a vida eterna. Toda ação altruísta dá novo vigor à espiritualidade. Ninguém pode procurar ser semelhante a Cristo sem tornar-se mais nobre e mais sincero.” Exaltai-O, p. 345.
Tem mais: É preciso seguir o Salvador muito de perto mediante o estudo de Sua vida abnegada, Seus ensinos, exemplos, amor incondicional e espírito de serviço. Muitos, hoje, no mundo, imitam seus ídolos, quer sejam da TV, dos filmes, dos esportes, da política, ou de qualquer outro setor que os celebriza. Nós temos Aquele que não é nosso ídolo, mas sim nosso Deus para imitar. “Sede, pois, imitadores de Deus, como filhos amados.” (Ef 5:1).
.